Dias difíceis e medalhas
Sei que, quem lê meus posts pode pensar que todos os meus dias são uma maravilha. Não, às vezes acordo de mal humor, como todo mundo ( tá, passa logo!). Sem contar as reações que tenho tido ao longo dos dias que sucedem a químio.
Para citar alguns, alergia à cola da bandagem que cobre o meu catéter ( fiquei com um vergão em carne viva), um ressecamento absurdo da pele (minhas mãos e pés estão grossos mesmo usando muito hidratante), sem contar o ressecamento interno, que começa no nariz e vai até o intestino (apesar de toda água que eu bebo).
Mas nada disso me tira do sério. Encaro bem, e isso deve até amenizar os sintomas.
Sabe o que me deixa mal? problemas com filhos. Eles são tudo pra mim. TUDO!
Qualquer coisa que não vá bem com eles, me afeta profundamente. Pode ser uma nota baixa na escola ou uma gripe, ou coisa mais séria. Quando meus filhos estão no meio da questão, perco meu equilíbrio.
E quem tem filhos sabe que os problemas vão e vem. Estou tentando aprender a lidar com isso nessa minha nova fase. Mas, não é fácil!

Nessa experiência nova e inusitada que vivo, o amor das pessoas têm sido fundamental.
Quando meus amigos queridos, pais, irmãos e sobrinhos que vem me visitar, eu imagino como se cada momento com eles fosse uma sessão de quimioterapia de amor.
E olha que tenho tido muitas sessões desse tipo.

Aproveito para conversar com algumas pessoas sobre o que acham de quem se expõem, como estou fazendo aqui. Muitos podem achar que é uma autopromoção, não sei.
No entanto, tenho recebido mais incentivos do que criticas. A maioria acha que, desse modo, ajudo pessoas a encarar a doença com mais naturalidade, menos medo e mais alegria.
É isso que eu quero!
Tenho recebido alguns emails pelo blog, todos muito positivos. Boa parte de pessoas desconhecidas. E eles servem de combustível pra eu poder continuar escrevendo. Acho que passar mensagens positivas não é apenas juntar palavras bonitas de incentivo. Quero mais, quero passar a emoção de quem não tem medo de encarar problemas.E olha que já encarei alguns bem grandes, podem acreditar!

Na foto acima: Mira, Celeste e eu
Na foto à baixo: Heri, Lena, eu ( e o Buddy), Márcia e Nildo
Outro dia, assisti um video do Roberto
Shinyashiki onde contava mais ou menos o seguinte: quando ele orienta atletas olímpicos, diz que só vai ter medalha aquele que acreditar que pode conquistar medalha. Já aquele que tem alguma dúvida a respeito, tem muito menos chances. Ele citou um atleta que bateu um recorde mundial (esqueci o nome e a modalidade, desculpem!) com uma marca muito além do recorde anterior. Algo impensável até aquele feito.

Pois bem, depois dele, inúmeros bateram a mesma marca. Provavelmente, pensaram: se ele pode eu também posso!
Então, eu já garanti minha medalha! e você?
PS: queria montar um painel de fotos, mas descobri que as fotos quando são tiradas, não são com minha câmera... :(