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O câncer e a dor de alma! E uma tarde de quimioterapia do amor.

Hoje a tarde foi de muita quimioterapia do amor. A Andrea Roballo - que conheci no Projeto Anjos do Bem - pediu que eu levasse um anjo para uma grande amiga dela, a Iolanda, que está em tratamento por conta de um câncer de pâncreas.

Pena que não fotografei!!

Fiquei muito honrada por ter feito essa entrega. Pra mim, o Anjo tem um significado especialíssimo. Um carinho de um grande amigo ( Odilon Araújo) que pediu à Mariah Rodak para me fazer a entregar, pouco antes da minha primeira sessão de quimioterapia.

Desde então, ele fica de frente pra minha cama, me fazendo companhia! E vou te contar. Em alguns momentos, olhei pra ele desanimada... mas era como se me lembrasse que - além do tratamento convencional - toda a quimioterapia do amor que eu recebia só teria efeito se eu retribuísse com forçado vontade e determinação. Espero que seja assim também para a Iolanda ( a Djo).


Acho que já falei pra vocês que não costumava gostar de fotografias, né? Mas, desde que a Ju Mundim me fotografou careca, eu passei a curtir!

Depois veio a Bruna Mendes com o Projeto Flores de Outubro. E agora, essas fotos que estou usando, também da Bruna, estão me agradando muito! rssss Acho que hoje me aceito muito mais como eu sou, do que antes.

Coisas que a gente aprende com a maturidade e com algumas experiências da vida, né?


SOBRE DUAS MÃES, O AMOR PELO MESMO FILHO E A DOR DA ALMA

No fim do ano passado, eu conheci uma paciente alta, careca e bonitona pra valer. Foi ela que, há pouco mais de duas semanas, me ensinou que dor de alma pode nos fazer adoecer muito além da tristeza ou da depressão.

Nosso primeiro encontro foi durante um jantar com as mulheres do meu grupo de WhatsApp, que leva o mesmo nome aqui do blog. A Rosangela Capri, de 47 anos, logo me conquistou com sua espontaneidade e simpatia. Passou a fazer parte do grupo e, num determinado dia, escreveu que tinha algo pra me contar. Não conseguimos nos encontrar para o papo, mas eu estava pra lá de curiosa.

O engraçado é que, não sei bem por qual motivo, achava que seria alguma novidade profissional.

Pois bem, num evento a Rô desmontou todo mundo! Contou que o câncer, diagnosticado ano passado, na verdade havia "surgido" 22 anos atrás. Todos se olharam e ela disse, mais ou menos assim: "Nasceu de uma dor de alma, profunda"!

Então, começou a relatar o descobrimento de uma gravidez aos seis meses, fruto de um namoro que não deu certo. Àquela altura já era mãe de uma menina e não andava fácil conseguir bancar as duas. O que fazer?!

Conhecida por ser uma mãe zelosa, se viu obrigada a tomar a decisão mais difícil de sua vida, colocar o bebê para adoção.

Contou que, desde o momento em que o bebê foi levado, a dor na alma a acompanhou ao longo de mais de duas décadas.

Tentou fazer contato com o filho, mas a justiça não permitiu. Os anos foram passando e ela procurava no rosto dos meninos, nos adolescentes, dos jovens que encontrava, algum traço que a fizesse reconhecer o filho.

(A essa altura, vocês têm alguma dúvida que eu chorava feito um bebê? E ela, firme! )

No fim do ano passado, uma mensagem mudou toda essa história.

Pois bem, a mãe do menino sabia quem era ela e a acompanhava de longe pelo facebook, até que a viu numa foto careca e soube do câncer. Numa atitude corajosa e, confesso, invejável!!! entrou em contato com a Rosangela e promoveu o encontro dela com o filho!!

Antes disso, a Rosangela teve de contar para os outros três filhos sobre o irmão que não conheciam, contar para pais, irmãos, pois ninguém sabia! Depois disso, foi a São Paulo conhecer o rapaz de 22 anos, que é a cara dela!

A dor da alma que, segundo ela, havia causado o câncer, desapareceu e apenas o amor tomou conta daquela mulher. Eu pude sentir isso durante o relato que presenciei.

Levei mais de uma semana pra me recuperar da surpresa, da onda de admiração que tomou conta de mim, do aprendizado que eu tive naquele dia.

Acho que ainda estou me recuperando.

Duas mulheres, mães do mesmo filho e uma só história de amor! Minha eterna admiração por essas duas mulheres!

E sabe o que foi mais lindo? Naquela sala, tinha umas trinta pessoas. Ninguém se levantou para julgar a Rô. Mas todos se emocionaram com a história que ela contou.

Dividir com vocês essa história foi uma necessidade pra mim! Porque acredito que as dores que nos afetam a alma podem realmente adoecer nosso corpo! O que fazer? Talvez, terapia, talvez contar sobre essas dores a amigos e à família, talvez nunca abandonar um sonho? A solução é individual... mas uma alma leve e feliz, certamente vai ajudar o corpo a se manter forte!

Espero vocês na semana que vem, aqui no blog!! beijo




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