Balanço 2018: preciso de pouco pra ser feliz


Claro que não foi uma descoberta feita de um dia para o outro. Foi um processo de amadurecimento. Mas, neste ano, ficou ainda mais evidente que preciso de pouco para ser feliz. Pelo menos no que diz respeito a mim, hoje, o que mais preciso é de amor, de harmonia, de suavidade. Mas não preciso da carência de amor, não é isso! Busco, diariamente, o amor que tenho a capacidade de provocar, de conquistar, de fazer fluir ...
Teve um tempo em que colecionar sapatos, bolsas e roupas novas ( que muitas vezes nem usava) eram motivos de alegrias momentâneas. Ir a lugares do tipo sonho de consumo, comprar objetos caros e elegantes me davam grande satisfação também. E postar uma foto numa rede social ostentando esses momentos também me davam alguma satisfação, confesso! ( hoje acho graça de tudo isso).

Nos últimos dez anos minha vida foi transformada. Pedi demissão de um emprego considerado "seguro", descobri habilidades profissionais que estavam adormecidas, enfrentei problemas pessoais que não desejo a ninguém, enfrentei o câncer, encontrei uma nova vocação profissional dentro da comunicação e, beeem recentemente, eu me separei depois de um relacionamento de quase 25 anos, 19 de casamento.
Graças a Deus isso se aconteceu num clima bom, sem traumas.
Meus filhos sempre foram meu grande patrimônio. Sempre os coloquei em primeiro lugar. De repente, saí de casa... O mais novo fica entre as duas casas, o mais velho - que já tem uma vida mais independente - vem me visitar. A casa em que vivíamos oferece muito mais conforto para eles e acho que não precisam romper com isso.
Afinal, fui eu quem decidi viver de um modo mais simples.
Bem, estou escrevendo tudo isso para chegar ao que considero minha maior conquista de 2018. Eu redescobri que adoro minha companhia, que estou vivendo - faz dois meses - com roupas e sapatos que couberam em uma mala, trouxe pouca coisa - a princípio por falta de espaço, mas hoje, descobri que não preciso de muito mais. E o melhor, que estou a cada dia reconquistando minha autonomia, isso tem sido incrível. Principalmente porque, antes de casar, morei sete anos sozinha, bancando minhas contas, fazendo minhas conquistas, tudo pelo meu próprio esforço e trabalho! Ao longo dos anos, a maternidade, as prioridades, os compromissos, fizeram com que eu esquecesse de quem eu era, do que era capaz. Eu me perdi de mim...
Hoje, voltando a viver por minha conta ( ainda não 100%, é verdade), com menos espaço, menos coisas materiais e menos dinheiro, tem algo que tenho de sobra. Vontade de ser feliz e de amar. Não se trata do amor romântico ( que claro, ainda quero voltar a viver), mas dessa onda de amor que a maturidade me ensinou a perceber e a amplificar. Trata-se de não querer mais estar certa em tudo, mas de aprender um pouco mais com tudo. Trata-se de aceitar a direção para a onde a vida me leva, buscando as melhores rotas - para aproveitar a paisagem da caminhada. Também de contornar os obstáculos, e me surpreendendo com os lugares incríveis, muitas vezes escondidos pelos mesmos obstáculos. Trata-se ainda de amar o outro como ele é, sem julgamentos... sem querer mudá-lo. Apenas decidindo se me faz bem permanecer mais tempo ao lado de determinadas pessoas ou se é melhor enviar amor pra elas, à distância mesmo.
Hoje, domingo, 23 de dezembro, meu filho caçula está aqui comigo. A falta de espaço nos faz dividir a mesma sala. Enquanto ele assiste TV, eu escrevo pra vocês. Antes, cada um estaria num cômodo, num mundo bem particular.
Meu filho mais velho... vou buscar daqui a pouco para almoçarmos juntos. E o Buddy, ah... o Buddy é a maior testemunha das minhas mudanças. Sem contar que é minha reserva técnica de amor.
Ou seja, tudo que preciso para ser feliz, tenho hoje pertinho de mim, num lugarzinho pequeno, com muito menos do que já tive, depois de muitos tropeços, mas com muita disposição pra seguir adiante. Seguir com leveza e muita vontade de transformar meu caminho num jardim...daqueles bem floridos!
Se eu quero uma casa maior e mais conforto? Claro que quero! E vou ter! Mas esse desejo é o de movimento, não me faz sofrer! ao contrário, me alegra e motiva!
Feliz Natal!
(abaixo, uma seleção de fotos - fora de ordem cronológica - que retratam um pouquinho de quase 10 anos. Faltam muitas pessoas e muitos momentos importantes, mesmo assim, acredito que seja um bom resumo)














































































