Nossa, faz tempo!

Fiquei surpresa, mas não muito! kkkk
No fundo eu sabia que fazia tempo. Ainda com tanto assunto para escrever, mas com tantas coisas para fazer, que acabei me descuidado.
Abri a página para escrever este post no dia 10 de fevereiro. Nenhuma linha foi redigida, até hoje. Acho que precisava deste tempo... mas peço desculpa a todos que me acompanham.
Antes de qualquer coisa, quero apresentar para vocês a Juci. Ela mora lá no Canadá, está em tratamento e vem cheia de experiências para dividir com vocês.
Ela tem escrito na página do Facebook, aqui do Laços do Peito. É a primeira pessoa a fazer isso além de mim. Não nos conhecemos pessoalmente, mas estamos muito conectadas por algum laço que vai além do espaço, do tempo... Descobrimos nossa missão neste mundo.
Foi assim que a escolhi para dividir comigo a jornada de contar como as dificuldades podem surgir e como podemos aceitar e vencer cada uma delas.
Segue o primeiro texto escrito por ela há mais de um mês:
"Olá,Meu nome é Jucienne, curitibana, tenho 34 anos e sou mãe de dois meninos sapecas (Henry de 7 anos, Arthur de 4 anos), casada (com um super marido) e atualmente moro em Toronto, Canadá há quase 2 anos.A Vanusa (um anjo sem asas que “caiu” em minha vida), gentilmente me convidou para compartilhar com vocês um pouco da minha história e também informações bacanas sobre o tratamento oncológico. Sempre que possível estarei vindo aqui contribuir com informações.Vou começar me apresentando!Em novembro de 2018 descobri um câncer de mama bilateral enquanto estava no Brasil trabalhando e visitando a família.Em um primeiro momento fiquei sem chão, andei sem rumo, chorei muito. Não sabia o que pensar. Precisei respirar fundo, me equilibrar espiritualmente novamente para poder entender tudo da melhor forma e ACEITAR minha doença. Eu precisava pensar rápido para decidir se realizaria meu tratamento no Brasil ou se retornaria para minha casa no Canadá. Em dois dias me reequilibrei e decidi retornar para o Canadá. Foi a viagem de avião mais longa que já fiz e com a cabeça mais cheia de incertezas.Desembarquei e fui literalmente para o hospital, onde o cirurgião oncologista já me esperava. A partir desse dia um novo mundo se abriu.Novos termos (que não fazia ideia do que significava em inglês), novas pessoas, novos medos e ali, posso dizer, que foi o início de um renascimento.Pois sim, acredito que o câncer faça-nos renascer com um olhar totalmente diferente para tudo que realmente importa.Passei dezembro fazendo muitos exames: biópsia de mama e linfonodo, ressonância, tomografia, cintilografia, exames de sangue. Por ironia do destino, logo eu que tinha pânico de agulhas, seria picada com frequência (mal sabia o que me esperava - risos). Final de dezembro de 2018 recebi o diagnóstico final e a sequência de tratamento. Era um Câncer de Mama Ductal Invasivo Grau III e Grau II, com linfonodos positivos. O tratamento seriam 8 sessões de quimioterapia, 8 ciclos de 7 injeções para a imunidade, mastectomia bilateral e 25 sessões de radioterapia. Ao mesmo tempo que recebi o diagnóstico fui acolhida e abraçada por uma equipe maravilhosa. Em momento algum senti medo ou dúvida. Somente uma gratidão muito grande em ter a chance de me tratar.Torço para que todas as pessoas que passam por esse diagnóstico tenham a sorte de estar com uma equipe amorosa e acolhedora, além de boa tecnicamente.E finalmente em 09 de janeiro de 2019 iniciei minha primeira sessão de quimioterapia. Estava muito feliz em começar. Já sabia que meus cabelos iriam cair e isso nunca foi um problema para mim. Antes mesmo de começar cortei (sozinha) um Chanel que me fez parecer aquele cogumelo do jogo de vídeo game Mário Bros. Hahahahahah estava me divertindo!Bom, posso dizer, após 3 quimioterapias, que na maioria dos dias ela não foi o bicho papão que pensei. Me sinto cansada nos primeiros dias pós quimio, um pouco de enjoo, cabelos caíram e nada muito fora disso. Nada que os medicamento e um bom descanso não me recuperassem. Somente uma coisa, e talvez a mais limitante, estou tendo mucosites. São pequenas lesões ulceradas que surgem em diversos locais da boca, passei 11 dias me alimentando com ajuda de canudo, somente coisas líquidas e geladas. Agora estou começando a ter melhoras. Prometo falar sobre dicas para a mucosite em um próximo post.Para concluir esta minha apresentação, gostaria de dizer que tenho certeza que o que mais me ajuda a enfrentar bem os efeitos colaterais da quimioterapia são:Primeiramente ACEITAR a doença, manter o pensamento sempre positivo, Estar cercada de boas pessoas (fisicamente e virtualmente), meditar, terapias complementares como reiki, acupuntura, yoga, florais quânticos, homeopatia, um bom nutricionista e fazer atividade física. Nunca esqueça de sempre consultar o médico e de não ingerir nenhum medicamento (mesmo natural) sem o consentimento dele. Obrigada Vanusa, por ceder este seu lindo espaço para mim.Um beijo com muita gratidão, Juci".