Iniciando sua Jornada da Cura - O Diagnóstico
Outubro Rosa
Antes de começar a ler o texto que preparei com muito carinho, te convido a experimentar um pouco de relaxamento. Prometo que será rápido, fácil e que após essa paradinha você sentirá algo diferente.
Sente-se (pode ser em uma cadeira, no chão ou sobre suas pernas), feche os olhos e repouse suas mãos sobre seus joelhos (com a palma para cima). Preste atenção na sua respiração, mentalize o ar entrando pelo seu nariz, subindo pela sua cabeça e enchendo seus pulmões. Perceba que vagarosamente os pulmões irão começar a exalar o ar. Mantenha seus pensamentos nesse processo. Se sua mente tentar “fugir” para outro assunto ou preocupação, traga-a de volta para dar atenção a sua respiração. Faça isso por 1 ou 2 minutos, e então permita-se retornar devagar, abrindo seus olhos e relaxando suas pernas.
E então, como você se sente? Um pouco mais calmo ou “centrado”? (Dica: Experimente fazer este simples ritual todos os dias ao acordar e permita que seu corpo inicie o dia mais relaxado!).

Hoje vou falar um pouquinho sobre nossos sentimentos quando recebemos o diagnóstico do câncer.
Você já recebeu o diagnóstico de câncer ou outro doença crônica? Não necessariamente em você, mas em alguém que você ame?
Mil pensamentos passam pela nossa cabeça. Um misto de descrença, choque, pesadelo. Porém ao ir conhecendo outras pessoas que passaram/passam pelo mesmo processo, percebemos que ainda somos pessoas normais; pessoas normais que enfrentam sérios problemas de saúde.
Escutamos histórias de todos os tipos, desde pessoas que recebem um diagnóstico e ficam extremamente zangadas (com o fato do câncer bagunçar toda sua vida) até aquelas que fingem que o problema não existe. São diferentes reações com o mesmo denominador comum: o medo do desconhecido.
Está difícil de entender? Então imagine que receber um diagnóstico de câncer é como se você fosse deixado no meio de uma cidade desconhecida, em outro país, sem saber a lingua, sem amigos, dinheiro e tendo pouco controle sobre o que esta ao seu redor. Para algumas pessoas, essa situação será muito estressante e exaustiva, e para outros desafiadoras, uma grande aventura.
Precisamos aprender que não estamos sozinhos nesse caminho. E, quaisquer que sejam as nossas reações e pensamentos, eles são válidos. Não há motivo para criar um muro, se envergonhar ou tentar reprimir qualquer pensamento/emoção.
Estudos mostram que é mais saudável reconhecer e sentir nossa emoções ao receber um diagnóstico. Mas isso não significa que você deva ficar deprimido ou com raiva, e sim permitir que essas emoções sejam dissolvidas/resolvidas. Não é saudável deixá-las enterradas ou se recusar a conhecê-las. Ao fazer isso não deixamos a emoção ir embora, ela fica dentro de nós, “dando voltas” e afetando nosso corpo e mente.

Mas, e como ajudar a dissolver as emoções negativas se muitas vezes não temos com quem dividir nossos pensamentos? Afinal, se não está sendo fácil para quem recém recebeu um diagnóstico difícil, para os amigos e familiares que o rodeiam também não é, estão todos juntos embarcando em um “novo mundo”. Eles podem reagir falando “Vai ficar tudo bem”, “Você é forte, vai sair dessa rapidinho”, ou até se afastar, por ter medo de falar sobre o câncer.
Portanto, cabe a nós ensinarmos que está tudo bem se eles não souberem o que falar. Muitas vezes eles só precisam nos escutar, sem nos contradizer ou tentar solucionar nossos problemas. Pois permitindo que você exteriorize sua emoção, sem reprimir seus receios e suas dúvidas, sem fazer de conta que o problema não existe, estão permitindo que você seja autêntico (real) sobre suas reações emocionais. E dessa forma você irá aceitar sua nova condição.
Ser um bom ouvinte não é para todas as pessoas. Portanto se não encontrar um bom ouvinte no seu ciclo familiar, procure uma rede de apoio com outras pessoas que já passaram ou estão passando pelo mesmo que você. Acredite, conversar e expressar suas emoções faz parte do seu processo de cura.
Okay, agora que já sabemos como aceitar um diagnóstico, vamos tentar aplicar em outras situações da nossa vida a aceitação das nossas emoções?
Te convido a experimentar nos próximos dias o exercício de relaxamento e a refletir sobre como você tem lidado com suas emoções.
Você deixa as emoções escondidas ou consegue exteriorizar? Tem amigos ou familiares para dividir os sentimentos mais pesados? Que tipo de pensamento anda “navegando” em sua mente?
No próximo post irei falar sobre os diferentes caminhos para alcançarmos a cura e como a mente pode ser útil em todo esse processo!
Até lá! Com amor, Juci :)
Fonte: “The Healing Journey”, “Can Mind Heal Cancer” e anotações pessoais. Os dois livros foram escritos por Alastair Cunningham, ele fez dois PhDs (em microbiologia e psicologia) e também é sobrevivente de câncer. Iniciou pesquisas relacionadas ao processo de cura (utilizando a mente) em 1982 no Hospital de Cancer Princess Margaret, aqui em Toronto, CA. Ele é reconhecido internacionalmente como pioneiro e líder mundial em psico-oncologia.