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Nem sei por onde começar

É isso, eu venho me ensaiando para escrever há muito tempo. Sempre acho que não tenho muito à dizer... hoje pensei, acho que uma retrospectiva pode fazer sentido.

Afinal... que ano foi esse?!!!


E não estou falando só da pandemia, não!

Pra mim, foi o ano de experiências que marcaram pra sempre minha existência. Ano em que acompanhei a morte de alguém em sofrimento, em que conheci a realidade do SUS na pele acompanhando minha mãe ... e que, apesar de momentos revoltantes, agradeci por ele!

Ano em que ficou muito clara "aquela história" de que mudamos de posição com nossos pais quando eles envelhecem e vão perdendo a autonomia, e ficam cada dia mais esquecidos, menos ágeis e mais dependentes... E isso é doloroso, pode acreditar!


Foi o ano de enfrentar a pandemia e ver vírus entrar na minha família. Primeiro minha irmã, depois eu, a seguir minha mãe... no caso dela achamos de seria fatal pelo estado de saúde em que ela se encontrava, mas... contrariando todas as expectativas, ela sobreviveu!!

Mais tarde, meu irmão, minha cunhada, mais um sobrinho, também foram infectados. Todos estão bem, Graças a Deus!


Vi amigos chorando pela perda de pessoas queridas para o COVID-19. Acompanhei histórias de pessoas que sobreviveram depois de ficarem em estados críticos. Acompanhei e conheci histórias de sobreviventes de câncer, metastáticos, paliativos... e também de pacientes que sucumbiram à doença.

Falei de prevenção em salas de reuniões online, em eventos ao ar livre, em auditórios onde o distanciamento foi respeitado e eu usei máscara enquanto falava para a plateia.


2020 (obs: tinha escrito 2021, mas meu querido Fernando Rodrigues me alertou. Será pressa de terminar o ano?rss) foi o ano em que vi as minhas neuroses por limpeza e álcool 70% tomando conta de toda a população. Ano em que tirei o pé do acelerador, trabalhei menos e cuidei mais das pessoas que amo. Por outro lado, fiquei mais distante de outras que também que amo... em nome do distanciamento social.


Aprendi que posso ajudar pessoas a colocar comida nas suas mesas, com campanhas de arrecadação de cestas básicas. O aprendizado foi com a minha amiga, Ana Cláudia França, e veio pelo incentivo financeiro da ONG United Hearts, que pertence a meu primo, Michael Branco. Conheci gente disposta a ajudar e recebi ajuda de velhos conhecidos também!


Senti a dor da alma me atingir em cheio ( alguns chamam de depressão). Mais uma vez, tive que me reinventar e encarar a vida como ela chega até mim e não como eu idealizaria que fosse.


Acho que foi um ano para nos deixar claro que não estamos no controle de nada! Um ano em que aprendemos a valorizar o privilégio de podermos tocar em alguém, abraçar , beijar...


Hoje, neste momento, um amigo querido da família luta pra sobreviver ao vírus. E familiares de conhecidos estão na mesma situação. Ao mesmo tempo, eu e minha família estamos planejando as comemorações de Natal, apesar da falta de saúde da minha mãe e de alguns percalços. O mais incrível e que merece comemoração é que estamos todos vivos e poderemos, mais uma vez, nos reunir na noite de Natal!


Então, o que me resta é agradecer!

A vida não é perfeita, mas é a vida que temos, a família que amamos, os amigos que ganhamos e também amamos. Sorte a nossa que mesmo com desafios a vencer temos a chance de batalhar por isso!

Que venha 2021, estamos prontos para lutar por ele! <3




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