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"Faço o dia de hoje valer a pena, sem me apegar ao passado e sem confiança excessiva no futuro".
M.L.SAMPAIO
Tenho certeza que ao final do texto de hoje você vai sentir uma extraordinária onda de energia. Vai entender melhor o que significa viver!
O relato é de uma pessoa maravilhosa, iluminada e incrível que convive com o câncer há oito anos e está entre o grupo de pacientes que a ciência chama de "paliativos". Durante a leitura, você certamente terá motivos para dar novos significados à sua vida e repensar como quer seguir daqui em diante. E eu aconselho, não perca essa oportunidade! Como disse Platão, "não espere uma crise para descobrir o que é importante na sua vida"!
Como prometi no post que trouxe o relato da Lu Liu, apresento a vocês minha querida amiga, Maria Laisa Sampaio! ( a gente não convive muito, mas eu gosto demais dela).
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Para hoje, escolhi não falar de tratamentos e sofrimentos que o câncer traz e sim sobre transcendência e aprendizagem com as oportunidades que Deus me ofereceu, para que eu encontrasse a felicidade plena.
Claro, seria perfeito eu não ter câncer e ser a pessoa que sou hoje, mas o ser humano é teimoso e a aprendizagem concreta me parece mais eficaz! Nesses 8 anos costumo dizer que fui “desenganada” e assim aprendi que:
- A palavra paliativa quer dizer cuidados para que tenhamos qualidade de vida e não cuidados para o fim da vida. Já ouvi dizer do desejo de mudança do termo “paliativo” mas, o que é realmente necessário é proporcionar conhecimentos sobre o termo para as pessoas e quebrar tabus.
Sou uma paliativa, o meu foco não é a cura e sim a vida. Tenho metástase e consciência do meu câncer, portanto faço o dia de hoje valer a pena, sem me apegar ao passado e sem confiança excessiva no futuro.
- Aproveitar a vida não é só viver, beber, comer, viajar, festar, e sim amar, ser resiliente, solidária, ter fé e esperanças diárias.

- A fé não é objeto de barganha, deve estar presente em todos os momentos e não adianta fazer promessas em cima da hora, no desespero, pode ser decepcionante!
- Mudei meus costumes, deixei de correr e aprendi literalmente a andar, desisti de uma câmera fotográfica profissional pesada e passei a usar o celular para as minhas fotos, aprendi a fazer crochê para ocupar a cabeça e amenizar meus desconfortos diários, passei a ler sobre a morte, “vida vivida” e a participar de um grupo que se chama “Casa Paliativa” (lugar em que posso conviver com pessoas na mesma condição que a minha e participar de aulas com temas sobre o câncer. Costumo dizer que esse grupo é a cereja do bolo na minha vida), ou seja, sou ciente das minhas possibilidades, mudo sem me lamentar, a vida é feita de ciclos.
- Que falar sobre a morte e ter consciência da mesma?! é aprender a viver melhor e fazer da vida uma “vida vivida”. Não tenha medo.

- Ser uma vitoriosa e vencedora é viver bem o dia de hoje e enxergar felicidade nas coisas mais simples!
- A cura é psicológica e diária e difere do físico. Eu vivo essa cura, quando estou junto de quem amo, quando aprecio as flores, ou quando sinto o vento bater em meu rosto. Conheço muitos com saúde física que vivem doenças crônicas diárias, só sabem reclamar e só enxergam a si mesmos. Seria perfeito quimioterapia pra esses casos!!!
- Aprendi respeitar meu corpo, me libertei de padrões estéticos (cabelão, corpão), embora eu continue vaidosa e com autoestima muito mais elevada, sempre me amando muito do jeito que sou e com o que tenho para o momento!
- Doença não é castigo de Deus, se fosse assim, Jesus não teria morrido na cruz e bebês recém-nascidos não teriam câncer.

- Deixei de ser exigente com a demonstração de afeto e ajuda das pessoas, em vez de ficar chateada, resolvi ser flexível e publicar nas minhas redes sociais formas de tratamento e demonstrações de afetos compatíveis com o câncer metastático, ou seja, os PALIATIVOS que, com o avanço da ciência, estão tendo uma sobrevida longa! e a sociedade não está preparada para essa convivência.
As pessoas dizem, por exemplo: “Você vai vencer!”. Sim, já sou uma vencedora, estou viva hoje! Ou então: “Tenha fé!” Isso eu tenho e muito, estou convivendo com a doença há 8 anos e sendo ime
nsamente feliz! Ou então: “Você vai ver, milagres acontecem!” Claro que acontecem, perceba o dia, olhe pra mim, isso é milagre! "Deus vai te curar"! E eu vejo Deus em todas as horas, no sofrimento, na alegria e inclusive na morte, com ele tudo fica mais fácil e melhor! Sendo assim, adoro ouvir: "um grande abraço", "se precisar de algo estou aqui" (mas esteja), "se quiser conversar me ligue.!"
Claro, não pretendo ser “santa” e perfeita, tenho meus dias de chatice, gosto de mostrar o que faço para viver melhor, gosto de “ser”, aprender, de desafios (e do melhor), ainda não deixei de ver “flores no mundo”.

- A morte é um dia a ser vivido plenamente com quem amamos, livre de aparelhos e da solidão. Nesse dia Deus estará presente segurando em minhas mãos, e eu vou tranquila, sem medo, feliz por ter tido a oportunidade de ressignificar minha vida e ter sido melhor.
Maria Laisa Sampaio".
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Maria Laisa, suas palavras contém muito mais do que esperança! O que mais posso escrever aqui além de: MUITO OBRIGADA por me lembrar que a vida é o agora e não deve ser desperdiçada!